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Teoria da Internet... Morta?

  • Foto do escritor: Prof. Raphael Chaia
    Prof. Raphael Chaia
  • 26 de mai.
  • 5 min de leitura

Você já teve a sensação de que a internet anda meio estranha ultimamente? Que parece que tem mais robô do que gente interagindo por aí? Sabe aquela sensação de que as coisas online estão ficando... artificiais demais? Pois bem, essa sensação tem ganhado um nome nos debates por aí: a Teoria da Internet Morta. E olha, mesmo que pareça coisa de filme de ficção científica, tem umas pontas soltas dessa história que fazem a gente coçar a cabeça e pensar... será?


Estima-se que quase metade do conteúdo da internet já é criado de forma automatizada
Estima-se que quase metade do conteúdo da internet já é criado de forma automatizada

A Teoria da Internet Morta é, oficialmente, classificada como uma teoria da conspiração. Mas, como bem sabemos, às vezes as conspirações apontam para problemas reais que estão bem na nossa cara. A ideia central aqui é que a maior parte da interação online e do conteúdo que a gente vê por aí não é mais coisa de gente real, de carne e osso, mas sim de bots autônomos e Inteligência Artificial (IA).


Essa teoria começou a ganhar tração em subculturas online. Ela foi formulada pela primeira vez lá em 2021, no fórum Agora Road Macintosh Cafe, por um usuário com o pseudônimo IlluminatiPirate. O autor, junto com outros colaboradores, juntou discussões que já aconteciam normalmente em comunidades menores. A semente da ideia começou a germinar lá pelos anos 2010, quando usuários começaram a notar padrões repetitivos e comportamentos estranhos em conteúdos que eram produzidos supostamente por seres humanos. A grande evidência veio por volta de 2016 ou 2017, quando a teoria sugere que a internet "morreu" silenciosamente, sendo substituída em grande parte por bots e IA.


Segundo os defensores dessa teoria, o conteúdo online, tipo posts em redes sociais, seria criado de forma automática para gerar artificalmente o engajamento - aqueles cliques, curtidas e comentários que valem ouro no mundo da publicidade. E o mais curioso? Até as contas que interagem com esses posts poderiam ser controladas por máquinas. Há até especulações, como apontam as fontes, de que governos estariam usando esses robôs para manipular a opinião pública. A Teoria da Internet Morta pinta um quadro onde a internet deixou de ser aquele espaço orgânico e descentralizado de trocas humanas genuínas, virando um ecossistema manipulado por máquinas, onde a maior parte das interações é artificial. O que vemos em sites, redes sociais e fóruns não seria mais fruto da criatividade humana, mas resultado de algoritmos.


E por que essa teoria, que parecia meio marginal, está ganhando tanto palco ultimamente? Duas palavras: Inteligência Artificial. Desde que ferramentas como o ChatGPT explodiram no final de 2022, o uso de modelos de linguagem baseados em IA disparou. Esses modelos são capazes de produzir textos que fazem sentido, roteiros para vídeos, imagens tão realistas que enganam e até perfis inteiros em redes sociais. Essa evolução tecnológica deu um gás enorme para a Teoria da Internet Morta, porque, de repente, muitos usuários perceberam que o conteúdo que eles consomem todo santo dia podia não ser humano.


A gente vê manifestações disso por todo lado. O Facebook, por exemplo, já mostrou como os algoritmos podem impulsionar qualquer imagem que chame a atenção visualmente, mesmo que não faça sentido nenhum. O viral "Shrimp Jesus" é um exemplo hilário e, ao mesmo tempo, perturbador disso: o impacto visual passou por cima da necessidade de contexto ou coerência. Outro fenômeno que entra nessa conta são os memes "brain rot". Com imagens bizarras e personagens estranhos, eles mostram uma nova estética digital, meio moldada pela IA, onde o esquisito e o artificial viram meio que a norma.


Além disso, a presença crescente de bots na internet não é invenção da teoria da conspiração: estudos mostram que eles já representam quase metade do tráfego global da internet, batendo em 47,4%. Fora as aplicações comerciais, como gerar receita com anúncios, eles são usados pra dar um up artificial na visibilidade de certos conteúdos.


Como eu disse, a Teoria da Internet Morta é vista como uma conspiração, e as fontes deixam isso claro. Não há evidências definitivas e convincentes de que a internet inteira ou a vasta maioria dela esteja completamente dominada por máquinas. Porém, é inegável que muitos dos elementos que a teoria aponta estão aí, se manifestando na prática. A automação de conteúdo, a proliferação de bots e a influência gigante dos algoritmos são realidades comprovadas. Não precisa que TUDO online seja artificial para que a sensação de artificialidade comece a apertar na gente.


Pensando nisso, a teoria também joga uma luz sobre o papel das grandes plataformas e do tal capitalismo de vigilância. A ideia é que empresas gigantes, tipo Google, Meta e X, estariam nesse jogo. O objetivo? Maximizar os lucros e o controle, trocando a criatividade humana por conteúdos que são infinitamente replicáveis, fáceis de monetizar e com alto potencial de viralização, mesmo que não tenham autenticidade. Isso levaria a uma internet mais previsível, homogênea e superficial, manipulando nossas emoções e pensamentos.


O fato é que a internet, como a gente conhecia, mudou fundamentalmente. Essa fronteira entre o que é real e o que é artificial está cada vez mais difícil de distinguir. À medida que a IA evolui, é bem plausível imaginar um futuro onde a maioria do conteúdo online seja gerado automaticamente. Isso não é necessariamente o fim da internet como conhecemos, mas levanta questões sérias para os usuários. Qual vai ser o nosso papel, o papel do humano, em um espaço digital onde a máquina é a principal autora da realidade? Ciências sociais, inclusive, são apontadas como cruciais para pensar na governança da internet para proteger os cidadãos. A automatização de decisões pode ter consequências não previstas.


No fim das contas, mesmo que a Teoria da Internet Morta não seja 100% precisa, ela nos traz lições importantes e que não podemos ignorar.


  1. Valorizar o conteúdo humano e autêntico: Num mar de coisas geradas por máquina, o que é feito por gente real, com experiência e criatividade, se torna ainda mais valioso. Precisamos buscar fontes confiáveis e apoiar quem produz conteúdo original.


  2. Alfabetização digital e senso crítico: Com tanta coisa "fake" ou semi-fake rolando, é essencial que a gente saiba identificar o que pode ter sido gerado por IA. Precisamos entender como os algoritmos funcionam (pelo menos o básico) e desenvolver um senso crítico afiado sobre o que consumimos online.


  3. Transparência e regulação das plataformas: As grandes empresas de tecnologia têm um papel crucial nisso. É urgente exigir que elas sejam transparentes sobre o uso de IA na criação de conteúdo. E, sim, parece que precisamos de regulamentações para limitar a ação de bots e automações que enganam as pessoas.


Em resumo, essa teoria pode até soar como mais uma teoria da conspiração dessas que circulam pela rede. Mas ela nos força a pensar pra onde estamos indo como sociedade digital. A linha entre o que é humano e o que é máquina está cada vez mais fina. E olha, decidir que tipo de internet queremos para o futuro é uma responsabilidade de todos nós: usuários, criadores, desenvolvedores.


E você, o que acha dessa história toda? Sente que a internet já tá meio "morta" ou artificial demais? Vamos seguir acompanhando esse tema porque ele ainda vai dar muito pano pra manga!

 
 
 

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Raphael Rios Chaia © 2023 - Todos os direitos reservados

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